31/07/2011

“O som do coração”


É natural encontrar no espaço da Fundação um pai ou uma mãe de aluno esperando o filho sair da aula, enquanto observa seu desempenho. Entre uma aula e outra sempre dá um espacinho para um bate papo entre as famílias. Foi isso que aconteceu um dia desses... Paulo Fernando Kofity, é um desses pais. Há dois anos, quem vai a Fundação sempre esbarra com a família Kofity no vai-e-vem das aulas e apresentações. É bonito ver uma família tão presente na educação e no bem-estar dos seus filhos, mas é muito mais do que isso que é admirável nesse caso. Paulo tem dois filhos matriculados na Fundação, Gustavo e Paulo Henrique. Ambos fazem violão, teoria musical e percussão. Esse pai, técnico em eletrônica e um curioso musical, sempre foi apaixonado por tudo o que envolvesse o universo da música, mas o destino quase desanimou essa veia musical quando ainda criança, Gustavo, um de seus filhos, foi diagnosticado com deficiência auditiva. “Foi um choque. Ele tinha pouco mais de um ano. Pensei na minha paixão pela música e imaginei que meu filho nunca fosse escutar um som”, contou o pai.
Desde o primeiro diagnóstico, 12 anos se passaram e esse tempo percorrido foi de muita luta com tratamentos, acompanhamentos e dificuldades, mas a família sempre acreditou que Gustavo poderia ter uma vida normal. “Eu não queria que o meu filho se comunicasse somente pela linguagem de sinais. Eu queria algo a mais e fui atrás. Descobri um profissional que tinha uma técnica especial para ensinar a leitura de lábios e valeu todo o esforço que fizemos”, lembra o pai.
Gustavo, que com o auxílio de um aparelho consegue ter 30% de audição, foi alfabetizado normalmente e, apesar de ainda fazer fonoaudiologia, consegue desenvolver tarefas que desafiam a sua limitação auditiva.
Os Kofity, a Fundação e a música Paulinho, o filho mais novo, ficou sabendo dos cursos da Fundação e chamou o irmão para se inscrever. “O que mais me agradou na Fundação foi o fato de eu não ter tido empecilhos para matricular meus filhos. Talvez em outro local o caso do Gustavo
fosse analisado com mais cautela, solicitado um profissional diferenciado e, aqui, o professor e os responsáveis pela entidade encararam com alegria o desafio”, enfatiza Paulo.
O resultado disso é visto, constantemente, nas apresentações, na alegria de Gustavo quando está
batucando no meio da percussão, na interação com os amigos feitos, no aprendizado e, principalmente, na história de paixão pela música que foi passada de pai pra filho. Paixão tão forte que foi capaz de resistir as barreiras e obstáculos da vida.
É mais do que a razão. É o som do coração!

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